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sábado, 6 de outubro de 2012

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA


                     



“Se alguém pecou, temos junto do Pai um Advogado, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro” (I Jo II, 1ss).

(fontes: Catecismo de São Pio X e Catecismo Romano)


                                              DOUTRINA CATÓLICA

O Sacramento da Penitência é também chamado de Confissão e foi instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo. Foi instituído por Cristo no dia da sua Ressurreição quando, depois de entrar no cenáculo, deu solenemente aos seus Apóstolos o poder de perdoar os pecados:

“Soprou sobre eles dizendo: ‘Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’” (Jo XX, 22-23).

A Penitência é sacramento próprio e verdadeiro pois tira todos os pecados cometidos depois do Batismo. Além disso, os atos exteriores, tanto do penitente como do sacerdote, são os sinais sensíveis daquilo que se opera interiormente na alma: o pecador professa claramente, por palavras e ações, que seu coração já se apartou da torpeza do pecado; no sacerdote, em suas palavras e ações, reconhecemos a misericórdia de Deus, que perdoa esses mesmos pecados: Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’ (Jo XX, 23).A absolvição enunciada pelas palavras do sacerdote exprime a remissão dos pecados, que se opera dentro da alma.

“A virtude de apagar os pecados lhe é tão própria, que sem a Penitência não podemos absolutamente alcançar, nem sequer esperar uma remissão de pecados. Pois está escrito: ‘Se não fizerdes penitência, todos vós perecereis da mesma maneira’ (Lc XIII, 3)” (Catecismo Romano).

Forma

As palavras: “eu te absolvo dos teus pecados em nome do pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Ministro

É o sacerdote aprovado pelo Bispo para ouvir confissões, pois para administrar validamente este Sacramento, não basta o poder da Ordem, mas também é necessário o poder de jurisdição, isto é, a faculdade de julgar, que deve ser dada pelo Bispo.

Partes da Penitência

“A penitência impele o pecador a suportar tudo de boa vontade. Em seu coração está o arrependimento; em sua boca, a acusação; em suas obras, plena humildade e proveitosa satisfação” (São João Crisóstomo).

1.      Contrição
2.      Confissão
3.      Satisfação
4.      Absolvição


A Penitência é um sacramento que pode ser reiterado. Quando Pedro perguntou se podia dar o perdão de um pecado até sete vezes, Nosso Senhor lhe respondeu: “Eu não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt XVIII, 22).



Para se fazer uma confissão bem feita se requer cinco coisas:

    -  exame de consciência;
    -  dor de ter ofendido a Deus;
    -  propósito de nunca mais pecar;
    -  acusação dos próprios pecados;
    -  satisfação ou penitência;


Modo de se confessar

Posição do penitente: “Quem está, pois, arrependido de seus pecados, prostra-se humildemente aos pés do sacerdote, para que esse ato exterior de humildade lhe faça reconhecer como é necessário arrancar da alma todas as raízes de orgulho, donde nasceram e vingaram todos os pecados que agora lamenta” (Catecismo Romano).

Posição do sacerdote: “No sacerdote, que se conserva sentado, como seu legítimo juiz, venera ele a pessoa e o poder de Cristo Nosso Senhor. Pois na administração da Penitência, como nos demais Sacramentos, o sacerdote exerce o ministério de Cristo” (Catecismo Romano).

terça-feira, 18 de setembro de 2012

VIDA PÚBLICA DE JESUS

Vida pública de Jesus
 

 
Aos 30 anos, iniciando sua vida pública, Jesus foi batizado. Os quatro Evangelhos narram o seu Batismo (Mt 3, 13s) - (Mc 1, 9s) - (Lc 3, 21s) - (Jo 1, 29s). João Batista vivia no deserto, pregando penitência, isto é, mudança de atitude, Vida Nova, purificação. "Preparai os caminhos do Senhor" - repetindo Isaías - ele clamava no deserto.

Pessoalmente, João desconhecia Jesus. Mas, assim que O viu, reconheceu-O. Como O reconhecera, ainda no ventre de sua mãe. João, homem de Deus, cheio do Espírito Santo, reconhecia o seu Senhor. E apresentou-O ao povo judaico: "Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo". E, sem precisar de batismo, Jesus foi batizado. Por quem era menor do que Ele. (Mais um desafio.)

Nessa hora, aconteceu um milagre: a manifestação da Santíssima Trindade: sobre Sua cabeça surgiu uma pomba (o Espírito Santo), enquanto se ouvia uma voz: "Este é meu Filho bem-amado".

Como "o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo", Jesus provou ser o Messias prometido, o Salvador esperado, o Verbo que se fez Carne. Ele mesmo o afirma: O Messias sou eu que lhe estou falando" - disse à Samaritana (Jo 4, 26).

E prova-o com Seus milagres. Nele, realizam-se todas as profecias, inclusive as que Ele mesmo fez, como, por exemplo, a de Sua ressurreição (Lc 18, 33). Além disso, dá, ainda, o testemunho de Sua inigualável doutrina - doutrina ensinada e vivida.

Vemos, após o Batismo, a tentação de Jesus, pelo demônio. Excetuando o pecado, Ele quis sentir toda a nossa fraqueza, toda a nossa miséria. Quis ser como um de nós, para que nos tornássemos como Ele. Mostrou-nos que o justo é provado - e provado, deve manter-se fiel.

Depois, Ele escolheu Seus discípulos. Entre estes, os apóstolos. "Vem e segue-me" - e aqueles homens rudes largaram suas redes para tornarem-se pescadores de homens. Simão passou a chamar-se Pedro. Pedro, porque seria a pedra fundamental da Igreja que nascia.

Da Igreja, depositária de Sua Doutrina. E de Seu Sangue. Da Igreja que deveria permanecer (sob a assistência do Espírito Santo) "até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20).

Conforme anunciara o profeta, em parábolas Ele ensinou (Mt 13, 35). É fácil encontrá-las nos Evangelhos. Como são fáceis de se encontrar os Seus milagres. O difícil é escolher a parábola mais bonita, ou mais atual. Como é difícil escolher o milagre mais significativo.

Toda a vida de Cristo é beleza e claridade. "Eu sou a Luz do mundo". Toda a sua vida é amor e convite à perfeição. "Quem me segue, não anda em trevas". "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida".

O primeiro milagre de Jesus foi o das "bodas de Caná". A pedido de Nossa Senhora. Conta-o S. João, no cap. 2. Durante a festa, o vinho acabou. Maria, a boa Mãe, percebeu: "Eles não têm mais vinho". E Jesus, apesar de não Ter chegado ainda a Sua hora, atendeu ao pedido dela.

Maria disse aos criados: "Fazei o que Ele vos mandar" - e ele fizeram. Então, naquele festim de amor, a água transformou-se em vinho. Numa figura da hora de amor maior em que o vinho se transformaria em Sangue.

São várias as lições aí encontradas: a bondosa solicitude e o poder da Virgem Mãe, a importância de fazer o que Ele manda, a ligação deste milagre com aquele maior em que nós somos convidados para as "bodas de Sangue". Maria a "Medianeira de todas as graças", é nossa advogada. É a "Onipotência suplicante" a quem podemos recorrer, a qualquer momento. Deus a atende. Sempre.

Por duas vezes, Jesus realizou o milagre da multiplicação de pães e peixes. Os quatro Evangelistas descrevem o primeiro (Mt 14, 15s - Mc 6, 41s - Lc 9, 12s - Jo 6, 10s). E S. Mateus e S. Marcos (Mt 15, 32s e Mc 8, 1s) narram, também, o segundo.

S João, no mesmo capítulo (6, 32s) em que trata do assunto, prossegue referindo-se à promessa da Eucaristia - o Pão da Vida eterna - e insiste nas categórica afirmações de Jesus acerca de um dos mais belos mistérios da fé: "Eu sou o pão da vida: o que vem a mim, não terá fome, e o que crê em mim, não terá jamais sede";

"Eu sou o pão vivo que desci do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que eu darei, é a minha carne para a vida do mundo." "Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. O que como a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida.

O que come a minha carne e bebe o meu sangue fica em mim e eu nele. Assim como me enviou o Pai que vive, e eu vivo pelo Pai, do mesmo modo o que me come também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como o maná que vossos pais comeram, e morreram. O que come este pão viverá eternamente". - Era o convite para as bodas de sangue...

... "Muitos, porém, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: 'Dura é esta linguagem, e quem a pode ouvir?' E, por causa disso, muitos O deixaram. Queriam coisas mais fáceis, uma doutrina mais leve, menos exigente, mais adaptada à mediocridade.

Mas Jesus não retirou uma palavra do que dissera. Ao contrário, dirigindo-se aos apóstolos, perguntou-lhes: "Porventura quereis, vós, também, retirar-vos?" Respondeu-lhe, então, Pedro: 'Senhor, para quem havemos de ir? Tu tens palavras de vida eterna'."

É ainda, o mesmo apóstolo, o que descreve a ressurreição de Lázaro (Jo 11, 1s). De Lázaro, por quem Jesus chorou. Jesus que, em outra oportunidade, a chicotadas, expulsou os vendilhões do Templo, chorou com a morte de Lázaro. Servindo-nos de modelo, revela-se viril e compassivo, firme e suave, enérgico e paciente.

Lázaro (morto há 4 dias) era irmão de Marta e Maria.Marta foi, primeiro, ao encontro de Jesus: "Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas eu sei que mesmo agora tudo o que pedires a Deus, Deus te concederá". Respondeu-lhe Jesus: "Teu irmão ressuscitará".

Marta disse-lhe: "Bem sei que há de ressuscitar na ressurreição, no último dia". Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Crês isto? " Ela respondeu: "Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, Filho de Deus Vivo, que vieste a este mundo. "

Maria, assim que soube da presença de Jesus, indo depressa ao seu encontro, fez-lhe a mesma queixa: "Senhor, se estiverdes aqui, não teria morrido meu irmão". E Jesus perturbou-se. E Jesus chorou. Era homem. Plenamente homem. E, como, também, era Deus, plenamente Deus, Lázaro foi ressuscitado e entregue às suas irmãs. As suas irmãs a quem Ele dissera: "Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá".

Em outro sentido - também real - é preciso saber: mesmo que tudo tenha morrido em nós, um ato de fé em Jesus Cristo pode animar-nos. Suas palavras são, realmente, "palavras de vida eterna" - para quem as leva a sério.

Vejamos algumas de suas parábolas. A do "filho pródigo", por exemplo (Lc 15, 11-32): deixando a casa do pai, o moço rico, distanciando-se cada vez mais, acabou vivendo entre os porcos. Mas "entrou em si". Admitiu sua culpa. Arrependeu-se. E decidiu-se a voltar. Então, o pai foi ao seu encontro. E houve festa e alegria - porque o filho morto ressuscitara.

A rigor, todos somos filhos pródigos. Todos somos moços ricos, filhos de pai generoso. Iludidos por quimeras. Frequentemente esbanjamos tesouros (a fé, a pureza, a paz da consciência). Afastando-se de Deus, quantos passam a viver na miséria do pecado! Mas a Misericórdia nos espreita e nos espera. E nos procura. Jesus é o "bom pastor" que vai atrás das ovelhas desgarradas.

Ele nos recebe e nos salva. Porque o amor é mais poderoso do que a morte. Mas é preciso que queiramos. Efetivamente. Porque, no fundo da miséria, Deus respeita a nossa dignidade de homens - de homens que Ele não fez escravos nem autômatos, mas filhos de Rei.

São Mateus, no capitulo 22, conta a parábola da núpcias do filho do rei. "O reino dos céus é semelhante a um rei que tratou núpcias para seu filho". A união de Cristo com a Igreja é, frequentemente, comparada as núpcias.

S. Paulo (Ef 5, 25) fala a esse respeito. Já vimos a relação entre o primeiro casal (Adão e Eva) e Cristo e a Igreja, sua "esposa". Outro sentido não tem o "Cântico dos Cânticos" além da exaltação deste casamento místico de Cristo com sua Igreja. Particularmente, no estilo oriental, nada exprimiria melhor o amor divino do que imagens do amor humano.

Portanto, "um rei" (Deus Pai) nos convida para um festim de amor (as boda de Cristo com a Igreja). Por meio dos profetas, os judeus foram os primeiros convidados. Mas rejeitaram o convite. Convite que foi aceito por pagãos.

Estes foram à festa. Mas um não estava vestido de acordo - e, por isso, foi expulso. Porque, para aquele festim de amor, a veste deve ser pura. Pura como a que recebemos no Batismo. Vestidos com a graça de Deus é que vamos a um casamento de Rei.Nas "bodas de sangue", no mais profundo mistério de amor, há, sobre a mesa, Pão e Vinho. E os convivas se alimentam de eternidade.

sábado, 11 de agosto de 2012

A PALESTINA NO TEMPO DE JESUS



          
Encontro de Crisma, 12/08/2012
Tema: A Palestina no Tempo de Jesus

A Palestina no Século I d. C.

O objetivo deste texto é procurar reconstruir, em linhas gerais, como estava organizada política, econômica, social e religiosamente a Palestina no século I d.C., momento em que Jesus nasceu e o Novo Testamento foi escrito. Compreendemos que quanto mais conhecermos o cotidiano palestinense neste período, será mais fácil avaliar o impacto da mensagem cristã.
A Palestina é uma estreita área situada entre a África e a Ásia, funcionando como uma espécie de ponte entre estas regiões. Com um território menor que o nosso estado do Espírito Santo, possuía uma superfície de 34.000 Km2 e cerca de 650 mil habitantes. Encontrava-se dividida em áreas menores: Judéia, Samaria e Galiléia, à oeste; Ituréia, ao norte; Gualanítade, Batanéia, Traconítide, Auranítide, Decápole e Peréia, à leste e Iduméia ao sul. Vamos centrar nas regiões situadas à oeste, já que a maior parte dos fatos referentes a vida de Jesus ocorreram neste cenário.

  Quadro político e administrativo
 
A Palestina, durante as vidas de Jesus e de Paulo, foi governada, principalmente, pela Dinastia Herodiana. Contudo, este quadro não é tão simples, já que esta região estava subdividida em outras que, neste período, possuíram formas de governo e administração distintas.
Como sabemos, em 63 a.C. Roma conquistou a Palestina, aproveitando a fragilidade da dinastia asmonéia em crises internas. Hircano, um dos descendentes de Simão Macabeu, foi recolocado ao trono por Júlio César, que institui a Antípatro, ou Antípater, natural da Induméia, como seu procurador. Foi um dos filhos de Antípatro, Herodes, que acabou por fundar a nova dinastia judaica, a dos herodianos, e manter a região independente por mais algum tempo.
Herodes governou entre 37 a 4 a.C. os territórios da Judéia, Samaria, Induméia, Galiléia e Peréia. Estas áreas foram divididas entre seus filhos após a sua morte: Herodes Arquelau herdou a Judéia, Samaria e a Induméia, que governou até 4 d.C. e Herodes Antipas, as regiões da Galiléia e Peréia, de 4 a.C. - 39 d.C.. Este último é, dentre os soberano herodianos, o mais citado no Novo Testamento (Cf. Lc. 3:1; 9:7-9; 13: 31-32; 23: 7-12; Mt. 14: 1-12).
De 6 até 41 d.C, a Judéia, Samaria e a Induméia passaram a ser administradas diretamente por procuradores romanos. Agripa I, neto de Herodes, governou esta região entre 41 a 44 d.C. Após este período, a administração voltou para as mãos dos procuradores romanos.
Os procuradores eram funcionários diretamente ligados ao imperador. Sob este título eram denominados diversos funcionários que possuíam atribuições diferentes. Eles provinham da ordem eqüestre, ou dos cavaleiros, e eram remunerados. Os procuradores palestinos estavam subordinados ao governador da Síria. Entretanto, como representantes diretos do Imperador, detinham poderes civis, militares e jurídicos. Eles residiam em Cesaréia, mas em épocas de festa religiosas se transferiram para Jerusalém, já que, nestas ocasiões, esta ficava apunhada de fiéis.
Faz-se importante ressaltar que as questões internas da comunidade judaica, contudo, mesmo sob a administração romana, eram resolvidas pelo Sinédrio, tribunal presidido pelo sumo-sacerdote e formado por 71 membros (anciões, sumo-sacerdotes depostos, sacerdotes do partido dos saduceus e escribas fariseus), com sede em Jerusalém. Provavelmente instituído ainda no século III aC, no século I dC possuíam atribuições jurídicas: julgavam os crimes contra a Lei Mosaica, fixavam a doutrina e controlavam todos os aspectos da vida religiosa. Em todas as cidades e vilas da Palestina também existiam pequenos sinédrios formados por três membros que cuidavam de questões locais (Mt. 5:25).
Ainda que Roma tenha procurado manter as estruturas locais anteriores à conquista e tenha respeitado a idiossincrasia judaica no tocante à diversos aspectos (cf. Estudo 1), a dominação romana implicou na progressiva romanização e helenização e na cobrança de inúmeros impostos diretos e indiretos.
Neste sentido, face a irreversível ocupação romana na região, surgiram movimentos de resistência armados, como os zelotas. Historiadores, como Flávio Josefo, e o próprio Novo Testamento apresentam indícios de que ocorreram, no período, alguns levantes pontuais contra Roma (Lc. 13;1; At. 5: 36-37, 21:37).
Pouco a pouco grandes parcelas da população foram mobilizadas contra o controle romano, o que resultou no embate militar que durou de 66 a 70 dC e é conhecido como Guerra Judaica. Foi no decurso desta guerra que o Templo de Jerusalém foi novamente destruído e levaram que a política tolerante de Roma em relação aos judeus fosse revista.
Estes acontecimentos marcaram profundamente a judeus e cristãos. Seus reflexos encontram nos textos neotestamentários e foram um fator decisivo no rompimento definitivo entre judeus e cristãos. Com a destruição do Templo, cessaram os sacrifícios. O culto nas sinagogas ganharam importância, sendo dirigidos pelos Rabis fariseus. A Judéia tornou-se província romana, na qual se encontravam duas legiões estacionadas. Contudo, as revoltas não cessaram.
Em 132 a Palestina torna-se palco de nova revolta, agora liderada pelo judeu Simão Bar-Kosba. Esta insurreição resultou numa acentuada baixa demográfica na Palestina. Jerusalém foi destruída e reconstruída como colônia romana, ou seja, ali foram fixados soldados aposentados de diversas origens. Os judeus foram proibidos de entrar na cidade. No local do Templo foi construído um templo pagão.
 
Organização econômica
 
Devido a sua posição estratégica, a palestina era uma região de passagem. Por ela circulavam soldados, comerciantes, mensageiros, diplomatas, etc. Esta região possuía importantes centros urbanos, como Cesaréia e Jerusalém, que concentravam pessoas e atividades econômicas. Como em outras áreas do Império, nesta região existiam vias e portos, que facilitavam as comunicações e transporte de mercadorias e pessoas.
Existia, na região, uma incipiente manufatura, especializada na defumação ou salgação de peixes, construção, fiação e tecelagem, produção de artigos em couro, cerâmica, além de um artesanato de produtos de luxo, como perfumes e a extração e tratamento do betume, substância utilizada para a calafetagem dos navios. Além disso, outros ofícios se faziam presentes, principalmente nas grandes cidades, tais como os padeiros, carregadores de água, barbeiros etc.
O comércio, tanto interno quanto externo, também era praticado. O comércio interno, pouco conhecido, consistia-se nas trocas locais e, sobretudo, visava o abastecimento das grandes cidades. Quanto ao externo, importava-se produtos de luxo, consumidos pelas elites e pelo Templo. Por outro lado, exportavam-se alimentos – frutas, óleo, vinho, peixes – e manufaturas, como perfumes, além do betume.
A principal atividade econômica da região, contudo, era a agricultura. Plantava-se trigo, cevada, figo, azeitonas, uvas, tâmaras, romãs, maçãs, nozes, lentilhas, ervilhas, alface, chicória, agrião etc. Além da plantação de alimentos, eram encontrados cultivos especiais, voltados para a produção de manufaturas, como rosas, para a produção de essências para os perfumes.
As atividades de pesca, pecuária e extrativismo também não podem ser esquecidas, devido a sua grande importância econômica. Banhada pelo Mediterrâneo, cortada por rios e possuindo lagos, não é difícil constatar a variedade de peixes e seu papel para o abastecimento interno e até exportação. Quanto a pecuária, a região possuía rebanhos de ovelhas, cordeiros e bois. No campo da extração, além do já mencionado betume, há que ressaltar a variedade de árvores, como o salgueiro, loureiro, pinheiros, das quais se extraía madeira, temperos e essências; certos animais, como pombas; e alimentos, como o mel.
 
Organização Social
 
A sociedade palestinense pode ser dividida em quatro grandes grupos socioeconômicos: os ricos, grandes proprietários, comerciantes ou elementos provenientes do alto clero; os grupos médios, sacerdotes, pequenos e médios proprietários rurais ou comerciantes; os pobres, trabalhadores em geral, seja no campo ou nas cidades; e os miseráveis, mendigos, escravos ou excluídos sociais, como ladrões.
Contudo, as diferenças sociais na palestina não se pautavam somente na riqueza ou pobreza do indivíduo, mas em diversos outros critérios, como sexo, função religiosa, conhecimento, pureza étnica, etc. Ou seja, uma mulher, ainda que proveniente de uma família rica, estava numa situação social inferior a de um levita; um samaritano, apesar de ser descendente dos israelitas, devido à miscigenação, era considerado impuro e, socialmente, inferior a uma mulher judia, para citar só dois exemplos.
 
Instituições religiosas
 
O Templo foi, até 70 dC, o mais importante centro religioso judaico. Destruído duas vezes, estava sendo reconstruído neste período. As mulheres e os não circuncidados não podiam entrar no interior do Templo. Neste edifício eram realizados os sacrifícios; o sinédrio se reunia; eram armazenadas as riquezas e impostos dirigidos ao Templo, bem como os objetos de culto. Ou seja, o Templo era muito mais do que um local de culto. Sobretudo, era o centro de toda a vida religiosa, econômica e política judaica. Suas atividades e organização revelam os valores e as divisões desta sociedade, onde os sacerdotes e conhecedores da Lei possuem privilégios, só os homens circuncidados são levados em conta e mulheres e gentios são colocados à margem.
Organizando a vida religiosa e os cultos no templo existiam um amplo clero chefiado pelo sumo-sacerdote, que provinham das famílias mais ricas judaicas da palestina. Os sacerdotes, tanto sob o governo dos herodianos quanto dos procuradores, eram escolhidos e destituídos pelos governadores civis. Logo, este posto possuía um marcado caráter político.
O sumo-sacerdote era auxiliado por diversos funcionários, todos provenientes das famílias mais importantes: o comandante do Templo; os chefes das 24 equipes semanais, os sete vigilantes, três tesoureiros.                        
Além do sacerdote supremo, existiam cerca de 7 mil outros sacerdotes divididos em 24 equipes que se revezavam nos serviços do Templo. Em média, cada sacerdote atuava cinco vezes por ano. Recebiam salário, que provinha dos sacrifícios e do dízimo. A função sacerdotal era hereditária. Ao lado dos sacerdotes, haviam 10 mil levitas, também organizados e 24 equipes. Atuavam como músicos ou porteiros, também cinco vezes ao ano. Não recebiam salários.
As sinagogas também eram centros religiosos, já que nelas se cultuava a Deus e era estudada a Lei, tal como ocorre ainda hoje. Nelas, qualquer judeu poderia ler e fazer comentários à Lei, o que não ocorria na prática, função que acabava controlada pelos especialistas nas escrituras, os escribas e rabis farisaicos.
As festas religiosas também possuíam um papel destacado na vida judaica. Nestas ocasiões o povo se reunia em Jerusalém e celebrava a intervenção divina em sua História. Mais do que um momento de comemoração, tais datas serviam para perpetuar a memória e as tradições do povo. Três festas eram consideradas mais importantes: a Páscoa, que recordava a libertação da escravidão no Egito; Pentecostes que ocorria na época da colheita e recordava a Aliança do Sinai; Tendas, que festeja o próprio Templo.
Outras práticas religiosas judaicas comuns no século I dC eram a circuncisão, a guarda do Sábado, a oração cotidiana, realizada pela manhã e à tarde. Contudo, apesar de uma aparente unidade, o Judaísmo estava subdividido em uma série de facções político-religiosas, que apresentaremos no próximo item.
 
O Judaísmo no século I
 
Muitas pessoas pensam no judaísmo do século I dC como um bloco monolítico, uma religião solidamente unificada que o cristianismo dividiu, formando uma religião nova. Entretanto, haviam muitos subgrupos diferentes dentro de judaísmo antigo e o movimento de Jesus era, à princípio, só um deles. Assim, a separação do cristianismo do judaísmo não foi súbita, mas aconteceu gradualmente.
O Judaísmo no tempo de Jesus parecia muito com as divisões internas do cristianismo de hoje. Todos os judeus tinham certas crenças comuns e praticaram alguns aspectos da religião: eram monoteístas, praticavam a lei de Moisés, circuncidavam-se, etc. Porém, os diferentes grupos judeus debatiam e discordavam entre si sobre muitos detalhes, tais como as expectativas sobre o Messias, os rituais e as leis de pureza, sobre como viver sob a dominação estrangeira.
Para entendermos o Novo Testamento mais completamente, especialmente como a vida de Jesus é apresentada nos Evangelhos, nós precisamos conhecer a variedade dos grupos judeus que existiram no primeiro século.
Josefo, historiador judeu do primeiro-século, descreve três grupos principais com suas filosofias ou modos de vida: os fariseus , Saduceus, e Essênios. Ele também menciona vários outros grupos políticos e revolucionários judeus ativos no primeiro século d.C., especialmente durante a primeira Guerra contra Roma (66-70 d. C.). O Novo Testamento menciona os Fariseus e Saduceus, além de vários outros grupos identificáveis a partir da pequenas menções. São estas informações que nos permitem reconstruir tais partidos político-religiosos. A seguir, vamos apresentar os principais grupos e suas características:
 
1- Fariseus
 
Os fariseus formavam um grupo ativo, numeroso e influente na Palestina desde o século II a.C.. O termo Fariseu provavelmente significa, em hebreu, separado e se refere à observância rígida das leis e tradições por parte dos membros do grupo (Lc. 18:10-12). Seus líderes eram chamados de rabinos ou professores, tal como Gamaliel, já que se dedicavam a estudar e comentar as escrituras (Atos 5:34; 22:3).
Os Fariseus aderiram e defendiam a observância rígida do sábado sagrado, dos rituais de pureza, do dízimo, das restrições alimentares, baseando-se nas Escrituras hebraicas e em tradições orais mais recentes (Mc. 7:1-13; Mt. 15:1-20). Se opunham à romanização e à helenização. Seus maiores rivais políticos e religiosos foram, durante muito tempo, os Saduceus, principalmente devido a postura pró-roma deste grupo. Esta rivalidade, contudo, não os impedia de unirem-se em alguns momentos em que os objetivos faziam-se comuns.
Em sua maioria, os fariseus eram leigos, ainda que entre eles fossem encontrados alguns levitas e membros do Sinédrio (Atos 5:34). Consideravam-se sucessores de Esdras e dos primeiros escribas. Eram os freqüentadores das sinagogas e buscavam divulgar a interpretação da Lei escrita e oral.
Em contraste com os Saduceus (Mc. 12:18-27), os Fariseus acreditavam na ressurreição dos mortos, no livre arbítrio do homem, na onipresença de Deus, no papel da Lei como um freio para os impulsos negativos dos homens (Atos 23:1-8). Os Evangelhos os retratam como os principais oponentes de Jesus (Mc. 8:11; 10:2) e que teriam conspirado junto com os herodianos para matá-lo (Mc. 3:6). Por outro lado, Jesus dirige algumas críticas severas contra a hipocrisia e cegueira do Fariseus (Mt. 23; Jo. 9). Contudo, em termos teológicos, cristãos e fariseus concordavam em alguns aspectos, o que explica o grande número de fariseus que acabaram por tornar-se cristãos (Atos 15:5). Paulo, antes de converter-se ao cristianismo, era um fariseu (Fil. 3:5; Atos 23:6; 26:5).
Mesmo após a Guerra Judaica, os fariseus permaneceram ativos. Como, dentre as seitas de então, não foi eliminado, passou a dirigir o Judaísmo e a rivalizar com os cristãos.
 
2- Saduceus
 
Os saduceus formavam outro grupo proeminente de judeus na Palestina entre os séculos II a.C. ao I d.C. . Não se sabe ao certo a origem da palavra Saduceus. Alguns crêem que vem do hebreu saddiqim, que significa íntegro ou derivado de Zadok, nome do mais importante sacerdote durante o reinado de Davi (1 Reis 1:26). Organizaram-se no período da dinastia asmonéia, momento de prosperidade política e econômica. Eles eram um grupo formado pela elite, principalmente proveniente das famílias da alta hierarquia sacerdotal. Provavelmente era menor, mas mais influente que os Fariseus. Sua influência, porém, era sentida sobretudo entre os grupos governantes ricos.
Seguiam somente as leis escritas, presentes na Bíblia hebraica (a Torah), e rejeitavam as tradições mais novas. não acreditavam em vida depois de morte (Mc. 12:18-27; C. 20:27); em anjos ou espíritos (Atos 23:8) ena Providência Divina. Eram altamente ritualistas e só aceitavam os cultos realizados no Templo onde, acreditavam, Deus estava. Possuíam um papel preponderante no Sinédrio e controlavam as atividades e riquezas do Templo (Atos 4:1; 5:17; 23:6).
Rejeitaram os ensinos do Fariseus, especialmente as tradições orais e as tradições mais novas. Além dos fariseus, rivalizavam com os Herodianos, porém, eram simpáticos à romanização e à helenização. Os Evangelhos os retratam freqüentemente junto com o Fariseus como oponentes de Jesus (Mt. 16:1-12; Mc. 18:12-27). Com a destruição do templo e a efetivo domínio romano, esta seita acabou por desaparecer.
 
3- Essênios
 
Os essênios formavam um grupo minoritário que estava organizado como uma comunidade monástica em Qumram, área localizada perto do Mar Morto, desde o século II a.C. até o século I d.C, quando em 68 foram eliminados pelos romanos durante a Guerra Judaica. Alguns crêem que o nome essênios deriva do grego hosios, santo, ou isos, igual, ou ainda do hebraico hasidim, piedoso. Ou seja, não há consenso. Sua origem pode estar associada à era macabéia, quando um grupo, liderado por um sacerdote, teria fundado a comunidade. Eles rejeitaram a validez da adoração de Templo, e assim recusavam-se a assistir os festivais ou apoiar o Templo de Jerusalém. Eles consideraram os sacerdotes de Jerusalém ilegítimos, desde que não fossem Zadokites, ou seja, descentes de Zadok, dos quais eles próprios se viam como descendentes.
Eles viviam em regime comunitário com exigências rígidas, regras, e rituais. Provavelmente também praticavam o celibato. Esperaram que Deus enviasse um grande profeta e dois Messias diferentes, um rei e um sacerdote. O objetivo dos essênios era manterem-se puros e observar a lei. Praticavam um culto espiritualizado e sem sacrifícios e possuíam uma teologia de caráter escatológico. Dentre os ritos observados, estava a prática do batismo por imersão periódico, como forma de purificação. Eles interpretavam a Lei de forma literal e produziram diversos textos que foram considerados, posteriormente, apócrifos, como a Regra da Comunidade.
Os essênios não são mencionados no Novo Testamento. Contudo, alguns estudiosos pensam que João Batista e o próprio Jesus estavam associados a este grupo, mas uma conexão direta é improvável.
 
4- Herodianos
 
Os herodianos formaram a facção que apoiou a política e o governo da família dos Herodianos, especialmente durante o reinado de Herodes Antipas, que governou a Galiléia e Peréia durante as vidas de João Batista e de Jesus.
No Novo Testamento são mencionados só duas vezes em Marcos e uma vez em Mateus. Em Marcos 3:6, como já assinalamos, eles conspiram com os Fariseus para matar Jesus, quando este iniciava o seu ministério na Galiléia. Em Marcos 12:13-17 e Mateus 22:16 eles figuram, novamente unidos a alguns Fariseus, tentando apanhar Jesus com uma pergunta sobre o pagamento de impostos ao César. Alguns autores acreditam que as referências neotestamentárias aos amigos e funcionários do tribunal de Herodes também estão relacionadas aos herodianos (Mc. 6:21, 26; Mt. 14:1-12; 23:7-12). Esta seita desapareceu com o efetivo domínio romano na região palestina.
 
5- Zelotes
 
Os zelotes eram um grupo religioso com marcado caráter militarista e revolucionário que se organizou no I século d.C. opondo-se a ocupação romana de Israel. Também foram conhecidos como sicários, devido ao punhal que levavam escondido e com o qual atacavam aos inimigos.
Seus adeptos provinham das camadas mais pobres da sociedade. À princípio, foram confundidos com ladrões. Atuaram primeiro na Galiléia, mas durante a Guerra Judaica tiveram um papel ativo na Judéia.
Os zelotes se recusavam a reconhecer o domínio romano. Respeitavam o Templo e a Lei. Opunham-se ao helenismo. Professavam um messianismo radical e só acreditavam em um governo teocrático, ocupado por judeus. Viam na luta armada o único caminho para enfrentar aos inimigos e acelerar a instauração do Reino de Deus.
Um de discípulos de Jesus é chamado de Simão, o Zelote em Lucas 6:15 e Atos 1:13. Alguns autores apontam que ele poderia ter pertencido a um grupo revolucionário antes de se unir a Jesus, mas o sentido mais provável era de " zeloso " na sua acepção mais antiga.
 
6- Outros grupos
 
Além dos grupos político-religiosos aqui representados, não podemos deixar de mencionar os outros segmentos que participavam do cenário religiosos judaico no I século: os levitas, como vimos no estudo anterior, que formavam o clero do Templo de Jerusalém e que eram os responsáveis pelos sacrifícios e pelos cultos; os escribas, hábeis conhecedores e comentadores da Lei; os movimentos batistas, seitas populares que mantinham as práticas de batismo de João Batista, dentre outros.
Quando Jesus Cristo iniciou sua pregação foi visto como mais um dentre os diversos grupos que já possuíam interpretações próprias da lei. Contudo, a mensagem de Cristo mostrou-se revolucionária, chegando a formar uma nova religião. Jesus soube colocar o homem acima da Lei e das tradições e proclamou que qualquer mudança só poderia se iniciar a partir do coração do homem que, pela fé em seu sacrifício salvador, era restaurado.

 
Conclusão
 
A Palestina no século I dC era um grande mosaico de povos e costumes. Dominados por Roma, os judeus, maioria da população, acabaram por revoltarem-se, o que redundou no efetivo domínio romano. Área produtiva, a maior riqueza da região, contudo, era a sua privilegiada posição estratégica. Cada vez mais influenciada pela cultura romano-helenística, o judaísmo resistia, mantendo suas práticas e instituições, mesmo que excluindo a alguns grupos. Ao final do século I, com a Guerra Judaica e a extinção da grande maioria das seitas judaicas, o judaísmo acabou por gerar uma religião autônoma, o cristianismo, e a passar por um processo de cristalização farisaica.

domingo, 22 de julho de 2012

Santo Sudário


O Santo Sudário


O Sudário de Turim - uma peça de linho que foi o lençol mortuário de Jesus - abriga pólens de plantas que só existem na região de Jerusalém e cuja data é anterior ao século 8 d.C. - podendo provir de épocas bem mais antigas. A informação foi divulgada pelo botânico Avinoam Danin, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ela derruba definitivamente a tese de que o Sudário seria uma falsificação produzida na Europa durante a Idade Média. Essa idéia, comunicada de maneira sensacionalista em 1988, baseava-se numa única prova: a datação da relíquia, realizada pelo método do carbono 14, conforme descrevemos abaixo.
Cronologia provável do Santo Sudário
O Santo Sudário, no início, ficou sob os cuidados de Maria Santíssima e posteriormente, aos cuidados dos apóstolos. No século II falou-se de um Santo Linho, venerado em Edessa (hoje Urfa, na Turquia). Um longo intervalo separa a morte de Jesus da aparição do Sudário na França, em 1356. Essa lacuna é preenchida quando se associa o lençol ao Mandylion, uma relíquia venerada em Bizâncio durante séculos. Que objeto era esse? Diz uma lenda que o próprio Jesus enviou a Abgar V, soberano de Edessa (atual Urfa, na Turquia), um retrato seu, criado milagrosamente, quando enxugou o rosto numa toalha. Esse pano, conhecido como Mandylion, serviu de modelo para a arte bizantina. Vários pesquisadores crêem que o Mandylion era o próprio Sudário. Para ocultar sua natureza de lençol mortuário, seus guardiães o dobraram e puseram num relicário, deixando visível apenas o rosto. Essa hipótese explica a semelhança existente entre os ícones bizantinos e o Sudário. E permite construir a seguinte cronologia:
30 d.C. - Morte de Jesus. O discípulo Tadeu leva o Sudário a Edessa;
57 - Perseguição aos cristãos em Edessa. O lençol é escondido num nicho;
525 - Inundação de Edessa. Durante a reconstrução, o Mandylion é descoberto;

639 - Conquista de Edessa pelos muçulmanos. O culto ao Mandylion é preservado;
943 - Cerco de Edessa pelos bizantinos. Estes prometem poupar a cidade em troca do Mandylion. Após muita relutância, os muçulmanos entregam a relíquia;
944 - Chegada triunfal do Mandylion a Constantinopla;
1201 - Um inventário de relíquias bizantinas refere-se claramente ao Sudário;
1204 - Os cruzados saqueiam Constantinopla. O Mandylion (ou Sudário) é ocultado pela Ordem dos Cavaleiros Templários;
1306 - Jacques de Molay, grão-mestre da ordem, leva o tesouro dos templários para a França; 1314 - Os templários são queimados como hereges;
1356 - Geoffrey de Charny, parente de um dos mestres templários, doa o Sudário à igreja de Lirey;
1357 - Primeira exposição pública do Sudário na França.
Primeiras descobertas científicas
A ciência, no caso do Santo Sudário, foi fundamental. Não só para que se pudesse comprovar a autenticidade do mesmo , mas também para que se pudesse estudar mais detalhadamente as Chagas de Cristo e os detalhes de sua morte. Os fatos relatados foram possíveis de serem descritos a partir da contemplação da foto do Santo Linho e da aplicação de conhecimentos médicos em anatomia. A informação é puramente científica! Prepare-se para descobrir detalhes sensacionais sobre a "Paixão de Cristo".
Em 1898, o fotógrafo Secondo Pia fotografou, pela primeira vez, o Santo Sudário. E desta forma, o grande milagre foi revelado: o aparecimento de um corpo humano. Secondo Pia foi o primeiro homem a contemplar a figura de Jesus Cristo depois de dezenove séculos.Em 1931e com melhor tecnologia, o Santo Sudário voltou a ser fotografado por Giuseppe Enrie. Foi quando puderam estudar os ferimentos do corpo de Cristo impressos no tecido. Entretanto, algo de muito curioso ocorreu. Ao ser revelada a fotografia, apareceu no negativo a figura de um homem de frente e de costas. Esta foi a primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia. As manchas de sangue são nítidas. Tem-se a impressão que as marcas foram feitas por contato direto. O mais importante desse estudo é a revelação da forma humana de Jesus Cristo e também de Sua expressão, que apesar das chagas,é serena e com um ar de majestade.

A reconstituição volumétrica do rosto do Sudário, feita por computador:
O lençol apresenta uma imagem dupla, ventral e dorsal, de um homem nu, em tamanho natural. Os pesquisadores americanos Kenneth Stevenson e Gary Habermas calculam que ele tinha entre 30 e 35 anos, aproximadamente 1,80 m de altura e 79 kg de peso. "Era um homem musculoso, habituado ao trabalho manual", afirmam. Dale Stewart, do Museu Smithsoniano de História Natural, dos Estados Unidos, diz que a barba, o cabelo e os traços faciais são característicos do grupo racial semita.
O linho do Santo Sudário
Fibras que não existiram na Europa

O Sudário é uma peça contínua de puro linho, com 4,36 m de comprimento, 1,10 m de largura e 0,34 mm de espessura. O pano, produzido em tear manual, é muito rústico. E as técnicas de fiação e tecelagem nele utilizadas eram amplamente difundidas no Oriente Médio, na época de Jesus, tendo sido encontrados vários similares. A celulose das fibras apresenta-se degradada. E o tecido, originalmente branco-marfim, exibe uma coloração amarelo-palha, por efeito de oxidação. Além do linho, a Síndone contém vestígios de fibras de um tipo de algodão do Oriente Médio, o Gossypium herbaceum. Isso leva a crer que o pano tenha sido tecido num tear previamente utilizado na confecção de peças de algodão. O que é mais um argumento a favor da origem oriental do Sudário, pois, como lembra John Tyrer, pesquisador do Instituto Têxtil de Manchester, Inglaterra, o algodão não era cultivado na Europa, durante a Idade Média.
Os Pólens
O botânico israelense Uri Baruch analisou o pólen achado no Sudário e concluiu que ele provém de plantas que só podem ser encontradas numa única localidade do mundo: a região de Jerusalém. E numa única época do ano: os meses de março e abril. Um desses pólens corresponde à espécie Gundelia tournefortii, que, segundo os especialistas, teria sido utilizada na confecção da coroa de espinhos. Pólens desta e de outras espécies também foram encontrados no chamado Sudário de Oviedo, um lenço guardado na cidade do mesmo nome, na Espanha. De acordo com vários estudiosos, essa peça de linho, de 83 por 52 centímetros, teria sido colocada sobre o rosto de Jesus, já recoberto pela Síndone. De fato, o Evangelho de João refere-se a mais de um pano funerário (capítulo 20, versículos 6 e 7) e as pesquisas mostraram que os vestígios presentes nos dois tecidos coincidem perfeitamente. Entre esses vestígios, foram identificadas 70 manchas de sangue, que se sobrepõem de maneira exata. Como a existência do Sudário de Oviedo é documentada desde o século 8, os pesquisadores israelenses concluíram que o lençol de Turim não poderia ser posterior a essa data.
A existência dos pólens orientais não é novidade para os estudiosos. Em 1973, o criminologista suíço Max Frei recolheu diversas amostras do pó acumulado entre as fibras do Sudário. E constatou a existência de pólens de nada menos que 58 variedades diferentes de plantas. Algumas dessas plantas são comuns na França e Itália - o que não causa surpresa, já que durante muito tempo o lençol ficou abrigado nessas regiões. Mas há também pólens de plantas características da Turquia oriental, confirmando a tradição de que, antes de chegar à Europa, o Sudário permaneceu durante séculos em terras bizantinas. Mais importante ainda: em sua lista, Max Frei identificou pólens não de uma ou duas, mas de várias espécies de plantas que são típicas da região de Jerusalém ou em outras áreas dos territórios israelense e palestino.

Teste do Carbono (C-14)
O Carbono-14 (C-14) é um método científico descoberto pelo Dr. Willard Libby, que busca datar a idade de materiais como o tecido através da quantidade de partículas de Carbono-14 encontradas no mesmo. Isso é possível porque os átomos de Carbono-14, que são radioativos, surgem na atmosfera da terra quando os raios cósmicos reagem ao nitrogênio do ar, e são absorvidos por plantas como o linho, material do Santo Sudário. A cada 5.700 anos a quantidade de Carbono-14 no tecido cai pela metade e, utilizando-se de métodos químicos e matemáticos torna-se possível datar a idade do material em questão.
No caso do Santo Sudário, no entanto, este teste só veio trazer mais dúvidas. O primeiro resultado situou o linho no período de 1260-1390 d.C. Este disparate que negava a existência de Jesus Cristo ocorreu porque os cientistas não levaram em consideração os incidentes ocorridos com o Santo Linho, como os incêndios de 1516 e 1532, que podem ter reduzido a quantidade de C-14 no tecido, alterando a datação em até 600 anos. Após inúmeras controvérsias e testes anulados, o próprio inventor do método, Dr. Libby, se negou a utilizar o C-14 na datação do Santo Sudário.
A última comprovação foi feita em 1995, quando o cientista russo Dimitri Kouznetsov demonstrou experimentalmente os efeitos do incêndio de 1532 sobre a quantidade de C-14 no Linho, datando-o então no século I d.C.
Como a fumaça confundiu o exame
Existe a probabilidade de que a fumaça produzida durante o incêndio de Chambéry tenha contaminado o Sudário, depositando em suas fibras o carbono de outras substâncias presentes. Isso é mais do que uma simples hipótese. Pois o cientista russo Dmitri Kuznetsov, prêmio Lênin de ciência, resolveu reproduzir as mesmas condições em laboratório. "Apareceu com clareza uma grande troca entre o gás carbônico do ambiente e o tecido, a qual modificou o conteúdo de carbono 14 do último". A troca foi bem elevada: cerca de 25% do total. Isso confundiu os resultados do exame, e o linho pareceu muito mais recente do que era na realidade." Esse experimento, por si só, desqualifica completamente a datação do Sudário feita pelo método do carbono 14.
Sangue humano no tecido
Os responsáveis pelos estudos de sangue no Sudário são John Heller e Baima Bollone, que comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo na trama do Linho. Esta comprovação anula a hipótese de que a imagem possa ter sido feita por um artista, pois nem mesmo omelhor dos pintores plásticos seria capaz de utilizar 5 litros de sangue humano e, constituir a imagem que é vista no Sudário. Além disso, o linho possui diversas camadas, e o estudo do sangue existente nas fibras comprova ter sido absorvido por contato, pois nem todas as camadas estão impregnadas. Essa técnica é impossível de se conseguir em uma fraude.
Marcas do açoite e da crucificação

Cabelos trançados
O historiador inglês Ian Wilson foi o primeiro a chamar a atenção para o formato da longa mecha de cabelo que cai sobre o meio das costas. Ela assemelha-se muito a uma trança desmanchada. Trançar os cabelos atrás do pescoço era uma moda comum entre os homens judeus do tempo de Jesus. As numerosas marcas de ferimentos que aparecem no homem do Sudário revelam que ele foi brutalmente açoitado, coroado com espinhos, crucificado e perfurado com lança do lado direito do tórax. Pierre Barbet, cirurgião do hospital Saint-Joseph, de Paris, e outros especialistas em anatomia e medicina legal estudaram exaustivamente essas marcas e concluíram que elas correspondem, nos mínimos detalhes, às narrativas sobre a flagelação, morte e sepultamento de Jesus que aparecem nos Evangelhos e acrescentaram informações desconhecidas pela tradição cristã, mas confirmadas pela recente pesquisa histórica e arqueológica - como o fato de o crucificado ter sido pregado à barra horizontal da cruz pelos pulsos e não pelos meios das mãos. É impossível acreditar que falsificadores medievais pudessem saber de tudo isso. Além de dominar uma técnica de impressão sem paralelos na história, eles precisariam ter conhecimentos de arqueologia, história, anatomia e fisiologia como as estudadas no século 20. A coroa de espinhos não era uma simples tiara, mas um artefato que cobria a cabeça toda. O soldado que a urdiu deve ter usado seu próprio capacete como molde. Os espinhos, com 5 centímetros de comprimento, causaram 72 perfurações na cabeça. A flagelação foi tão brutal que, por si só, teria matado uma pessoa mais frágil. Ela acelerou a morte do homem do Sudário, abreviando sua permanência na cruz. Foram contados de 90 a 120 ferimentos causados pelo açoite. A forma das feridas corresponde às produzidas pelo flagrum, o chicote romano. Naquela época, os condenados não carregavam as cruzes completas, mas apenas as barras horizontais. Os mastros ficavam pré-fixados no local de execução. Mesmo assim, o transporte da trave provocou grandes hematomas nas costas do homem do Sudário. E quedas ao longo do percurso machucaram seus joelhos e rosto. A rótula esquerda e o nariz apresentam contusões graves com a provável separação da cartilagem nasal. Os pregos não foram fixados no meio das mãos, como se pensa, mas numa parte do pulso conhecida pelos anatomistas como "espaço de Destot". Se o transpassamento tivesse ocorrido no meio das mãos, estas teriam rasgado com o peso do corpo. Ao passo que, no "espaço de Destot", a introdução dos pregos assegurava uma fixação firme à cruz. A perfuração dos pulsos seccionou os nervos medianos, provocando a retração dos polegares. Estes estão dobrados para o interior das mãos na figura do Sudário. O poste da cruz não era alto. E a barra horizontal se encaixava nele por meio de uma fenda. O estudo dos rastros de sangue mostra que o homem foi pregado à barra sobre o chão, sendo depois alçado até o topo do mastro. Seus pés - o esquerdo sobre o direito - foram fixados ao poste por um único prego, de cerca de 18 centímetros.




As Moedas
A imagem tridimensional, produzida por computador, trouxe um argumento espetacular a favor da autenticidade do Sudário. Sobre as pálpebras do homem foram descobertos dois objetos arredondados, que não são visíveis a olho nú, nem no negativo fotográfico. O pesquisador americano Francis Filas, da Universidade Loyola, de Chicago, identificou um dos artefatos: trata-se de uma moeda, o dilepton lituus, produzida na Palestina sob o governo de Pôncio Pilatos, entre os anos 29 e 32 d.C. O segundo objeto foi identificado pouco depois: uma outra moeda, cunhada por Pilatos em homenagem a Júlia, mãe do imperador romano Tibério, em 29 d.C. Colocar moedas sobre os olhos do morto, para manter as pálpebras fechadas, fazia parte dos ritos funerários judaicos da época de Jesus.

As chamas que danificaram a relíquia
O que chama a atenção de quem olha o Sudário é um conjunto de manchas simétricas, dispostas ao longo de duas linhas longitudinais, que percorrem o pano de uma extremidade à outra. Elas são conseqüência do incêndio que, na noite de 3 para 4 de dezembro de 1532, queimou a capela do castelo de Chambéry, na França, onde estava guardada a relíquia. Dobrada em 48 camadas, encontrava-se dentro de uma caixa de madeira fechada, revestida de prata por fora e de veludo por dentro. Derretida pelo calor, a prata gotejou sobre uma das bordas do tecido, produzindo uma queimadura que, devido às dobras, danificou simetricamente o Sudário. A área da imagem de Cristo, felizmente, foi pouco atingida. Mas, alguns pedaços do pano queimaram completamente, e receberam remendos dois anos mais tarde, pelas freiras clarissas da capela de Chambéry. Além do fogo, também a água utilizada para apagar o incêndio produziu marcasno Santo Sudário, formando halos. Um desses halos formou-se exatamente acima da cabeça da figura, outro no plexo solar e um terceiro na região dos joelhos, dando à imagem um aspecto ainda mais hierático e misterioso. O Sudário apresenta também quatro grupos de pequenos furos, resultantes de uma queimadura bem mais antiga. O Código de Pray, um manuscrito de 1192-1195 (portanto anterior à suposta idade do Santo Sudário estabelecida pelo teste do carbono 14), mostra o corpo morto de Jesus envolvido num pano que exibe furos idênticos aos do Sudário. Parece óbvio que o autor do Código o utilizou como modelo.
As marcas da agonia e do sepultamento
A morte na cruz era causada por lenta asfixia, provocada pela posição dos braços. A imagem do Sudário mostra que o homem se ergueu várias vezes para tomar ar. Visando acelerar a morte, era costume quebrar as pernas dos condenados, impedindo tal movimentação. Isso não ocorreu com Jesus Cristo, como relatado nos Evangelhos:" nenhum de seus ossos foi quebrado". O ferimento de lança, que era um golpe de misericórdia, ocorreu quando o homem já se encontrava morto. O Sudário mostra que ela produziu um forte jato de hemácias (a parte vermelha do sangue), seguido de um fluxo de plasma (a parte clara) - prova de que grande quantidade de sangue se acumulou e decantou no pericárdio.
A deposição da cruz também ficou registrada no pano de linho. Nas manchas de sangue existentes na região dos pés, percebe-se nitidamente as marcas dos dedos das mãos de uma das pessoas que sustentou o morto na descida do patíbulo. "Seriam os dedos do apóstolo João?", perguntam-se alguns estudiosos. O sepultamento foi feito após uma preparação sumária do corpo. Se ele tivesse sido lavado, conforme o costume judaico, o sangue não haveria manchado o Sudário. Também aqui há uma convergência com a descrição bíblica, que sugere um apressamento dos ritos funerários, devido à aproximação do Shabat, o dia do repouso judaico, que começa a ser contado a partir do crepúsculo da sexta-feira. A proximidade entre o queixo e o peito, na imagem formada no Santo Sudário, deve-se ao fato de a cabeça do morto ter sido apoiada sobre um suporte. Embaixo, o corpo envolto no lençol.

A face de Cristo em reconstituição tridimensional
Por volta do século 4, ocorre uma mudança radical na representação artística de Cristo. Ele deixa de ser mostrado como um homem imberbe, com penteado romano, e passa a ser representado com feições semíticas e barba. Isso coincide com a descoberta do chamado Mandylion de Edessa, que muitos pesquisadores identificam com o Sudário. Uma das primeiras obras artísticas dessa nova fase é o Cristo Pantocrator do Sinai, pintado no século VI e conservado até hoje no mosteiro de Santa Catarina, no Egito. Esse ícone ainda impressiona pelo realismo, beleza e majestade. Utilizando uma sofisticada técnica de superposição de imagens, o pesquisador americano Alan Whanger, da Universidade de Durham, na Carolina do Norte, obteve nada menos do que 170 pontos de congruência entre sua figura e a face impressa na Síndone. Isso sugere que, mais de sete séculos antes da época atribuída ao Sudário pela datação do carbono 14, o artista que pintou o ícone pode tê-lo utilizado como modelo.
Ainda mais impressionantes são os 250 pontos de congruência existentes entre a imagem da Síndone e o chamado Cristo Pantocrator de Dafne, um mosaico bizantino que domina a cúpula da igreja do Mosteiro de Dafne, situado entre Atenas e Elêusis, na Grécia. Ele foi produzido por volta do ano 1100 - portanto, de 160 a 290 anos antes das datas estabelecidas pelo carbono 14.
Às portas do ano 2000, o pano que inspirou essas obras de arte continua desafiando a inteligência humana. A seu respeito foram escritos mais de 500 livros. E ele já foi investigado pela ciência como nenhum outro objeto existente na Terra. Cada nova tecnologia desvendou nele um detalhe ainda mais surpreendente. Seu mistério e fascínio parecem inesgotáveis.
O termo grego Pantocrator pode ser traduzido como " Todo Poderoso" . A figura do Cristo Pantocrator é o tema mais difundido na arte bizantina.

Conclusão:

É difícil estudar o Santo Sudário sem que ocorra uma transformação em nossas vidas. Jesus, com todo o sofrimento vivido no Calvário e registrado pela foto da Relíquia, surge numa imagem serena e majestosa. Jesus nos mostra que morreu como Homem e ressuscitou como Divindade. A Fé brota em nosso coração ao ver que Ele nos ofereceu todo aquele sacrifício. Ele reúne grandeza com serenidade, seriedade com doçura, justiça com igualdade, liberdade com fraternidade e silêncio com perdão. Jesus nos faz acreditar que o amanhã será ótimo, mesmo sabendo que hoje está péssimo, e isso é o que se chama Fé.